A maconha medicinal é aquela que é empregada para tratamentos terapêuticos devido às suas propriedades benéficas. Cada vez mais estudos demonstram os benefícios desta planta nos organismos que sofrem de diversos tipos de doenças.
Um dos principais problemas da maconha terapêutica é que, por ser uma droga estigmatizada e proibida, nem todos os estudos pertinentes foram realizados. Aos poucos, vão surgindo mais trabalhos e evidências sobre as propriedades curativas e paliativas da cannabis, mas são necessárias muitas outras pesquisas para descobrir todas as possibilidades que esta famosa planta nos oferece.

Algumas das respostas fisiológicas produzidas pela ativação dos receptores canabinoides, que podem ser utilizadas no campo da medicina, são:
Dessa forma, os pesquisadores puderam realizar estudos em que foi comprovado que o uso de canabinoides é uma boa maneira de tratar algumas doenças e aliviar determinados sintomas para os quais, atualmente, não existe um tratamento farmacológico realmente eficaz. Quanto mais se pesquisam as possíveis aplicações médicas dos canabinoides, mais o campo de estudo cresce, embora hoje já existam certas indicações terapêuticas nas quais se constatou um efeito favorável dos canabinoides:

A seguir, mostramos de forma resumida e concisa alguns dos usos medicinais da maconha, assim como as doenças que podem ser tratadas com essa planta.
A maconha medicinal é ideal para tratar a epilepsia, pois pode reduzir as crises convulsivas causadas pela doença.
O Parkinson provoca a degeneração crônica do sistema nervoso central, causando problemas nas áreas do cérebro relacionadas ao controle dos movimentos. A maconha medicinal ajuda a controlar os espasmos e reduzir os sintomas dessa doença.
O Alzheimer causa a perda da capacidade cognitiva. Esses problemas estão intimamente relacionados ao sistema endocanabinoide e, portanto, a maconha pode ajudar.
Os espasmos e câimbras causados pela esclerose são drasticamente reduzidos com o consumo de maconha medicinal.
Os tiques físicos e vocais causados por essa doença são reduzidos também com o uso de maconha medicinal.
A Doença de Crohn e a Colite ulcerativa estão relacionadas à inflamação do trato intestinal, outro problema que a maconha ajuda a aliviar e reduzir.
Todos esses problemas podem ser reduzidos e controlados com o consumo de maconha.
A enxaqueca se manifesta com dores intensas na cabeça, vômitos e hipersensibilidade à luz. Como a maconha afeta a percepção da dor no corpo, ela também reduz as dores e desconfortos causados por essa condição e outras doenças relacionadas, como a fibromialgia e as náuseas.

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que afeta múltiplas articulações e pode causar sérias limitações físicas. O consumo de maconha reduz esses problemas e ajuda o paciente a suportar melhor as dores causadas pela doença, graças ao seu efeito anti-inflamatório.
O consumo de maconha regula os níveis de glicose e insulina no sangue, podendo ser muito útil para pessoas com diabetes.
Nessa doença, o sistema imunológico acredita que os tecidos saudáveis do corpo são invasores e começa a atacá-los, produzindo anticorpos. Por sua vez, o cannabis é uma erva adaptogênica, que regula o sistema imunológico e pode restaurar o equilíbrio do nosso sistema imune.
A cannabis terapêutica é um campo que atualmente se encontra em pleno desenvolvimento e constitui um dos principais objetivos de estudo de muitos cientistas devido ao grande potencial medicinal atribuído aos canabinoides.
Parece estar comprovado e claro que o corpo humano possui dois receptores que são ativados pela ação dos canabinoides. Esses canabinoides podem ser produzidos pelo próprio corpo (endocanabinoides) ou estar presentes na maconha (fitocanabinoides).
Os fitocanabinoides mais conhecidos são o Delta-9-Tetraidrocanabinol, comumente conhecido como THC, e o canabidiol, ou CBD, entre outros.

A ativação dos receptores pelos canabinoides gera uma série de respostas fisiológicas, dependendo de qual dos dois receptores é ativado ou se ambos são ativados simultaneamente, já que cada um afeta partes específicas do nosso corpo.
Os receptores canabinoides influenciam principalmente três sistemas do corpo humano: o sistema nervoso, o sistema imunológico e o sistema endócrino.
O receptor canabinoide central, ou CB1, está relacionado ao sistema nervoso central, mas também ao sistema imunológico, enquanto o receptor CB2 está localizado de forma periférica e afeta principalmente o sistema imunológico e a inflamação, embora também esteja presente no sistema nervoso.
Sociedade Espanhola de Pesquisa sobre Canabinoides. (2009). Atualização sobre o potencial terapêutico dos canabinoides. 25/04/2017, no site da SEIC: http://www.seic.es/wp-content/uploads/2013/10/actualizacion-potencial-terapeutico-cannab.pdf
Observatório Espanhol de Cannabis Medicinal
Associação Internacional para Cannabis como Medicamento (IACM)
Leve em consideração que, devido à falta de estudos, ainda são necessárias mais informações antes de realizar tratamentos com maconha. Consulte seu médico antes de tratar sua doença com esta planta e teste os efeitos gradualmente. A maconha não afeta todos os organismos da mesma forma; seus efeitos dependem de muitos e variados fatores, por isso é difícil prever como ela agirá em cada indivíduo. A melhor forma de entender como nosso corpo reage ao consumo de maconha é experimentando cuidadosamente.
